Implicações
Éticas da Engenharia Genética
Introdução
Desde
os primeiros tempos da produção agrícola e da criação de animais que o Homem
seleciona indivíduos com características pretendidas, fazendo até cruzamentos
selectivos. Através do desenvolvimento tecnológico, foram formadas novas
técnicas para o estudo e manipulação do material genético. Assim, a engenharia
genética é a manipulação direta do DNA de seres vivos, alterando a sua
estrutura e características. Tecnologia do DNA recombinante é outra forma de
reconhecer a engenharia genética.
As
principais aplicações das manipulação do DNA são:
·
Estudo de mecanismos de replicação e
expressão génica;
·
Determinação da sequência de um gene e
proteína codificada;
·
Desenvolvimento de organismos
geneticamente modificados;
·
Aperfeiçoamento e rentabilização de
processos produtivos (vinho);
·
Aumento do rendimento de plantas com
interesse agronómico e da qualidade nutritiva de alimentos;
·
Estudo da genética na saúde.
Desta
forma, são levantadas várias questões quanto às implicações éticas da
engenharia genética.
Implicações éticas da
engenharia genética
A
engenharia genética levanta várias implicações éticas, quer seja no âmbito
ambiental, quer seja no âmbito humano.
Quanto
aos aspectos ambientais, a engenharia genética pode provocar uma diminuição
acentuada da biodiversidade, uma vez que são escolhidos apenas os organismos
com as características pretendidas, e porque são criados indivíduos com resistência
aos seus consumidores, desequilibrando toda a cadeia alimentar. Pode também
provocar uma disseminação incontrolada dos genes e ainda alterações definitivas
no genoma de certas espécies – estas alterações são definitivas, pois quando se
consegue a característica pretendida, há uma reprodução em massa, sendo o
genoma inicial extinto.
Por
outro lado, nos aspectos humanos, as questões postas são mais numerosas.
Em
primeiro lugar surge o problema da eugenia, que busca o aperfeiçoamento dos
seres humanos através de manipulações genéticas sem fins terapêuticos, ou seja,
há uma selecção artificial. Desta forma, haveria características dominantes que
permaneceriam e outras que desapareceriam.
Em
segundo lugar, ao obter-se um total mapeamento do genoma humano, os pais podem
“descartar-se” dos fetos quando estes apresentarem doenças, ou até modificarem
os filhos para que estes tenham certas características.
Em
terceiro e último lugar, surge o problema da privacidade genética, em que uma
pessoa pode passar a ser contratada para um emprego através do seu genoma, em
vez dos seus estudos. Desta forma, surge outro problema, a descriminação
genética. Assim, a ficha genética de cada um deve ser confidencial.
Conclusão
Conclui-se
que a engenharia genética é algo que pode trazer grandes mudanças para a
humanidade, quer sejam benéficas ou maléficas.
Pode
descobrir a cura para muitas doenças, pode acabar com a fome de muitas
crianças, trazer mais rendimento a um país e melhorar as condições de vida de
muitas pessoas. Por outro lado, diminui a biodiversidade, muda o genoma de
espécies de forma definitiva e provoca disseminações, ao nível ambiental; ao
nível humano, pode provocar homogenia, quebras de privacidade, alterações do
genoma humano, manipulação de indivíduos e descriminação.
Conclui-se
ainda que se deve ter muito cuidado com as aplicações que a ciência nos dá.
Referências
bibliográficas
Ribeiro,
Elsa; Silva, João Carlos; Oliveira, Óscar (2013). BioDesafios. ASA
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